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Análise - RESIDENT EVIL 6

   Quando Resident Evil 5 foi lançado, já há alguns bons anos passados, os sentimentos dos fãs se dividiram. Alguns estavam com um belo receio do que a série havia se tornado após Resident Evil 4, outros estavam de braços abertos para o retorno do amado game. Acabou que o jogo veio, vendeu para caramba e ficou tudo bem. Claro, tivemos as polêmicas dos ''DLCs em disco'', além da chamada versão Gold, mas o jogo se saiu bem, no final das contas.

   Agora, com Resident Evil 6, a Capcom espera repetir o sucesso, ou até mesmo superá-lo. O jogo já nasce polêmico por uma série de fatores. Além de ser um novo Resident Evil – e só por isso já vira assunto de lamúrias infinitas e temores mil -, ele foi cercado por uma dúvida: como superar não só Resident Evil 5, que no final das contas foi bacana, mas também Resident Evil - Revelations, o excelente título da série lançado no Nintendo 3DS?


   É verdade que Resident Evil - Revelations tem mais ligação com os jogos clássicos do que o capítulo cinco teve, mas talvez nem tudo seja tão preto no branco assim. Tenha em mente que não podemos comparar um jogo portátil, com toda uma narrativa voltada para uma experiência portátil, com um jogo de console de mesa, que utiliza tecnologia de ponta, efeitos de última geração e disponibiliza espaço de sobra para um jogo grandioso.

   Resident Evil 6 começa alguns anos após o anterior, mas sem se preocupar em situar os novos jogadores neste mundo já recheado de intrigas, coadjuvantes mil, personagens centrais que vivem trocando de posições e uma história que só não tem mais ameaças biológicas porque se esgotaram as letras de vírus disponíveis, ou não.


   A jogabilidade e RE 6 está mais livre. Está, digamos, mais ''jogada''. O jogo deixa de lado aquela movimentação mais pesada dos personagens de Resident Evil 5 e Revelations para dar espaço a algo bem mais voltado para a ação, mesmo na campanha de Leon. Isso colabora para o ritmo de ''urgência'' que citamos sobre a campanha, mas também deixa o game com uma leve faceta de ''genérico''.

   Explicamos: a jogabilidade acaba parecendo a mesma com todos os personagens, ainda que a Capcom tenha tomado o cuidado para criar interfaces diferentes para cada um – o que foi uma medida interessante. Porém, controlar Jake não difere muito de controlar Chris, por exemplo. A diferença fica nos golpes corporais, mas os comandos continuam os mesmos, bem como todo o sistema de jogabilidade.

   Não confunda, porém, a jogabilidade com a variação das campanhas. É verdade que cada uma é única, com elementos únicos e histórias diversificadas, mas a jogabilidade entre elas é que não se traduz bem e acaba ficando em um tom repetitivo.


   Algumas sessões de tiroteio são muito grandes, de forma desnecessária. Sim, tiroteio, afinal alguns J'Avo vão te atacar com balas. E isso gera um certo desequilíbrio. Se Resident Evil preza por momentos de tensão e, por vezes, te deixa sem balas para combater os monstros, por outro lado ele coloca monstros com muito mais armas e balas que você nos combates. É claro que zumbis armados não são exatamente uma novidade na série, mas aqui ficou tão exagerado e tão over que acaba desagradando bastante. Complementando ainda o pacote de "erros", contamos com a presença de bugs inexplicáveis, como coisas que mudam de lugar, personagens que atravessam paredes e cenas que não casam com as "cutscenes".

   Mas não pense que Resident Evil 6 é um mar de ruindade. Como citamos, o jogo tem seu charme e suas diversões, ele só contém erros meio que imperdoáveis nessa altura do campeonato. Contudo, o game também tenta compensar com outros bons atrativos, a exemplo do modo online e do modo cooperativo.

   O cooperativo aqui funciona de forma bem mais eficaz e direta do que foi visto em Resident Evil 5. Além de co-op, o modo online também apresenta o sempre clássico modo Mercenários, com disputas entre diversos personagens da série, e a modalidade Agen Hunt, onde podemos entrar no papel de um inimigo dentro de uma campanha online de outro jogador.

   O Agent Hunt foi uma ideia interessante e que dá uma bela variada nas coisas, mas destoa um pouquinho da temática Resident Evil, o que passa a nos lembrar Left 4 Dead. Claro que você pode seguir pelo lado de ''tudo bem, inovações são boas'', se você não for um fã meio chato e mais tradicional.


   Apesar de ser um jogo, teoricamente, de final de geração, Resident Evil 6 não mostra muita evolução em relação anterior. Talvez por ser um jogo grande demais, o que pode ter consumido recursos valiosos para a criação de um game ainda mais bonito. Não nos interprete mal, pois em alguns casos ele é realmente belo. Só faltou mesmo um pouco mais de ''charme'' no design dos personagens novos e alguns efeitos a mais, além de explosões ou coisas voando pelo cenário.

   Em sua parte sonora o jogo segue por um bom caminho. Boa dublagem e boa trilha musical. Na verdade, as músicas também não parecem ser de um jogo de Resident Evil em algumas das campanhas, mas isso não é algo ruim, já que elas seguem o clima das campanhas em si. Infelizmente o jogo não está dublado em português, mas conta com legendas e menus em nosso idioma, o que já é uma mão na roda para quem tem dificuldades com uma língua estrangeira.

   Somando toda a equação de Resident Evil 6, chegamos a um resultado que é classificado como ''poderia ser melhor''. Na verdade, há bastante espaço para ser melhor no jogo, e isso não é mera implicância de fã chato ou ''mimimi'' gratuito. O jogo sim, tem suas qualidades, boas qualidades, e elementos interessantes, que são demonstrados com decisões interessantes da Capcom por parte de design do jogo. Mas este mesmo design atrapalha em outros pontos-chave, o que deixa o game na berlinda. Felizmente, Resident Evil 6 não é o lixo que estavam pintando, apenas não consegue se consagrar como o melhor da série, ainda que pertença a uma geração de consoles que permitia tal objetivo.

[Nota geral: 8,0]

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